PALAVRAS DO ILUSTRADOR E DESENHISTA DO THORVAND

Postado em: 18/03/2021 11:39:46
Link: https://youtu.be/XIzPmlCY_gE

Trajetória do Thorvand no desenvolvimento técnico das HQs
Palavras de Crisrobert Caires

O “Thorvand: o Gigante do Norte” foi adaptado do livro escrito dois anos antes do lançamento da HQ. As demais aventuras foram criadas direto para esta forma genial de contar história. Engana-se quem pensa que é fácil criar uma HQ! Para Marta roteirizar quadrinhos é bem mais complicado que escrever um livro. Ela diz que numa HQ você tem que ir direito ao ponto. As cenas selecionadas são somente as que servem para contar a história. Ela também acha difícil escolher apenas uma “foto estática” para representar toda uma cena que na cabeça do leitor deve estar em movimento. Do lado da ilustração, você tem que desenhar todos os dias o seu personagem, porque não pode haver diferença no traço entre o início e o fim de um mesmo volume. Você tem que estudar sempre novos materiais, ângulos de cena, proporções e perspectivas. Eu e ela fazemos todo o processo de produção do Thorvand. Eu fico com a ilustração, impressão, e divulgação (materiais para redes sociais). Ela cria a história, roteiro e atua na parte administrativa (planejamento, controle de custos, compra de materiais e venda das revistas). Nossa produção é totalmente independente e com recursos próprios. Nossa missão é ter sempre uma boa história pra contar!
A evolução do traço acontece naturalmente com a minha evolução na técnica do desenho.
A personagem foi originalmente pensada com traços cartunizados (primeira história) e à medida que a personalidade do Thorvand foi se solidificando, elementos técnicos novos foram sendo adicionados para acompanhar essa evolução.
Também pensei em resgatar uma técnica antiga, a do grafite – que não se vê mais por aí em quadrinhos. Os leitores apreciaram muito, porque deu um tom super artístico, ao contrários da maioria que vemos hoje que são digitais.
Todas as páginas são grafitadas em A3, depois enviada ao computador, onde são feitos ajustes para a impressão. As ilustrações não são retrabalhadas.
Houve uma evolução natural na parte da impressão também. Os 4 volumes de “Thorvand: o Gigante do Norte”, foram impressos em papel offset. É um papel mais barato, mas não mostra os detalhes menores da ilustração. Nos 4 volumes da segunda história, “Thorvando: o Matador de Dragões”, produzimos com o papel couchê, e isso aumentou as nuances da técnica utilizada. Tivemos que ajustar também a textura da folha de papel usada no original e combinar com a qualidade do grafite dos lápis.
Na terceira história – impressa em apenas dois volumes –, “Thorvand: o Voo do Falcão”, tivemos alguns desafios. No primeiro volume, é possível ver uma evolução grande no traço das personagens e nos diálogos. As ilustrações são mais limpas, com muitos closes e cheias de detalhes. Encontramos a combinação perfeita do papel e do lápis para o efeito que gostaríamos de produzir na impressão. Só que a pandemia chegou durante a produção do volume dois e ficamos sem os matérias de arte finalização, pois eles (lápis e papel) são importados. Tivemos, então, que inovar! Fiz a arte finalização no digital, mas preservando o traço original do papel. A diferença ficou bem grande! Como não fizemos um lançamento físico, como em todos os demais volumes, ainda não tenho o retorno dos leitores sobre essa alteração. Foi muito material físico produzido. Fizemos uma exposição no museu MUMA, em Curitiba, só com os originais da primeira saga, e ainda faltou espaço na sala.
Outro ponto curioso é que, mesmo sendo casados, eu e a Marta, e mesmo acreditando nas mesmas coisas, convivendo há anos juntos, nós tivemos que ter um casamento artístico também. Levou certo tempo para que criássemos uma forma de trabalhar juntos, de nos comunicarmos a ponto de eu entender exatamente o que ela queria que eu ilustrasse. Sei que existem padrões de roteiro no mercado, no entanto, não funcionou pra nós. Ainda temos que progredir muito nesse quesito, pois o processo de criação da história, divisão das páginas e criação do roteiro demora mais do que eu gostaria. Mas vamos dar um desconto pra ela, que só tem os fins de semana pra se dedicar aos projetos.







 

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